O amor

Alguém que se sentia estranho, diferente, azarado e um lixo. Nada dava certo, tudo parecia ir bem, mas, no fundo, faltava algo. O que é a vida sem amor? É uma vida pesada, penosa, chata, sem graça e sem aventuras. Por mais fácil e sem problemas que seja, a falta da adrenalina e da intensidade de um amor deixa uma lacuna impreenchível na vida de qualquer um. Quão doces e bem-vindos são os problemas criados pelo amor… É como um benigno veneno que rapidamente se espalha por tudo e toma conta do ser e do pensamento. O ardor de uma paixão vicia, e não há nada mais tranquilizante e animador do que pensar na pessoa amada antes de se deitar. A plena satisfação e felicidade gerada anestesiam todo o resto. O resto não mais existe, e você passa a resumir-se ao outro. Você vive pelo outro. Acorda com o fim no outro, e os meios também passam por ele. Tudo começa com uma pequena chama, que cresce e vira um fogo incontrolável, impossível de controlar… E quem disse que deseja-se controlá-lo? As chamas queimam e, ao invés de causarem dor, geram prazer inigualável. Que importam as outras coisas? Que importa se meu ser simplesmente desaparecer e acabar para sempre? O que importa é que aquele tal ser estará lá, magnífico e perfeito como sempre, trazendo consigo sua existência eterna e sobre-humana, cuja luz não somente ilumina o mundo, mas também é o motivo de tudo o que quem o ama é ou não é… Quando percebe-se que o amor é tão maior que tudo que pode existir ou até mesmo que tudo que jamais poderia existir de tão impossível e indescritível, a essência do ser desaba. Nada mais tem significado. Nem mesmo o amor tem significado. Resta deixar-se dominar por tamanho sentimento e render-se à completude e ultraperfeição do amor. A pessoa não mais se sente. Agora ela sente o outro no lugar dela mesma. A presença do outro é tão forte e imperdoável que destrói qualquer orgulho, qualquer resistência, voluntária ou involuntária. Não há nada a fazer. Você está no coração da minha alma, no lugar mais sagrado e especial do meu ser. É como pular do lugar mais alto do mundo, sentir o frio na barriga e a sensação indescritível e inigualável, e o fim da queda nunca chegar, não existir. Isso é amar. Isso é pensar no amor. Quem é você? Você é tudo e nada ao mesmo tempo, porque tudo o que existe não é nada quando tento te descrever. Você deve não existir, não é possível tamanha impossibilidade de dizer algo. Entretanto, já me conformei. Nada será suficiente. Aliás, minha vontade de ter e estar com você é, por si só, insaciável. Só penso em você, só desejo você, só idolatro você, e tudo não basta. O sentimento é infinito, nunca acaba e sempre aumenta. Onde isso irá parar? Não sei. E não quero saber. Só quero viver você, deixar-me carregar por esse algo tão imenso, forte e incompreensível. Só quero viver você. Sou sensível, e lágrimas estão caindo agora de meus olhos. Não sei explicar por que. Talvez o amor saiba. Dizem que Deus não pode ser compreendido pela nossa capacidade de inteligência e raciocínio… Só sei que o amor não pode. Acho que então as pessoas estão certas quando dizem que Deus é amor. Deus é meu sentimento por você. Só quero viver você, e mais nada. Só quero viver você. Só você. Você. Eu te amo.